FESTA DE SANTO ANTÔNIO PROGRAMAÇÃO COMEÇA A SER DEFINIDA

Pároco da matriz lagunense, Lenoir Steiner Becker, coordenada os trabalhos de programação da maior festa religiosa da Cidade Juliana (Foto: Marco Bocão/Decom)

Laguna completará 340 anos em julho. A mesma idade tem a festa de Santo Antônio dos Anjos, que aniversaria um mês antes. Entre os próximos dias 1º e 13 de junho ocorre uma série de atividades alusivas à festa do padroeiro da cidade mais antiga da região e a segunda do estado. Neste ano, muitas novidades devem agraciar os fiéis, segundo o pároco da matriz lagunense, Lenoir Steiner Becker.
Somente na procissão, já marcada para o último dia dos festejos, cerca de dez mil pessoas são esperadas. Entre elas, o governador Raimundo Colombo e o prefeito Everaldo dos Santos. Neste mesmo dia já está programada uma missa com o bispo de Tubarão, João Francisco Salm. Quatorze comunidades participam diretamente do evento, um dos maiores da Cidade Juliana. Os trabalhos de arrecadação de fundos já iniciaram com os festeiros do Centro Histórico, Mar Grosso, Praia do Sol, Caputera, Barranceira, Bentos, Perrixil, Progresso, Portinho, Barbacena, Cohab, Jardim Juliana, Estreito e Nova Fazenda.
Shows regionais com entrada franca devem atrair o público. Para suprir parte dos gastos, como a queima de fogos de artifícios e a contratação de artistas e prestadores de serviços, como os ornamentos na igreja, por exemplo, um Renault Clio zero quilômetro será sorteado pela Loteria Federal no próximo dia 26 de março. Os bilhetes podem ser adquiridos com os festeiros ou na secretaria paroquial. “É um grande evento! A expectativa é que seja ainda mais especial neste ano e tenhamos um considerável número de fiéis sagrando nosso Santo Antônio”, resume o pároco. A Prefeitura de Laguna apoia por meio da Secretaria de Turismo, Lazer e Comunicação. “Vamos encaminhar um convite ao vice-presidente da República, Michel Temer. Esta é uma das maiores festas religiosas do estado”, observa o secretário de Turismo, Iberê Aguiar Jaques.
Saiba mais
Fernando de Bulhões (verdadeiro nome de Santo Antônio) nasceu em Lisboa no dia 15 de agosto de 1195, em uma família de posses. Aos 15 anos, entrou para um convento agostiniano, primeiro na capital portuguesa e depois em Coimbra.
Em 1220, trocou o nome para Antônio e ingressou na Ordem Franciscana, na esperança de, a exemplo dos mártires, pregar aos sarracenos no Marrocos. Após um ano de catequese no país africano, teve de deixá-lo devido a uma enfermidade e seguiu para a Itália. Indicado professor de teologia pelo próprio São Francisco de Assis, lecionou nas universidades de Bolonha, Toulouse, Montpellier, Puy-en-Velay e Pádua, adquirindo grande renome como orador sacro no sul da França e na Itália.
Ficaram célebres os sermões que proferiu em Forli, Provença, Languedoc e Paris. Em todos esses lugares, suas prédicas encontravam forte eco popular, pois lhe eram atribuídos feitos prodigiosos, o que contribuía para o crescimento de sua fama de santidade. 
A saúde sempre precária levou-o a recolher-se ao convento de Arcella, perto de Pádua, onde escreveu uma série de sermões para domingos e dias santificados, alguns dos quais seriam reunidos e publicados entre 1895 e 1913. Dentro da Ordem Franciscana, Antônio liderou um grupo que se insurgiu contra os abrandamentos introduzidos na regra pelo superior Elias.
Após uma crise de hidropisia (acúmulo patológico de líquido seroso no tecido celular ou em cavidades do corpo), Antônio morreu a caminho de Pádua no dia 13 de junho de 1231. Foi canonizado em 13 de maio de 1232 (apenas 11 meses depois de sua morte) pelo Papa Gregório IX. 
A profundidade dos textos doutrinários de Santo Antônio fez com que em 1946, o Papa Pio XII o declarasse doutor da igreja. No entanto, o monge franciscano conhecido como Santo Antônio de Pádua ou de Lisboa tem sido, ao longo dos séculos, objeto de grande devoção popular. Sua veneração é muito difundida principalmente em Portugal e no Brasil. Padroeiro dos pobres e casamenteiro, é invocado também para o encontro de objetos perdidos. Sobre seu túmulo, em Pádua, foi construída a basílica a ele dedicada.

Fotos: Marco Bocão/Decom