Audiência pública sobre o empreendimento foi realizada no centro cultural
Os ventos de Laguna levaram o município para a lista das cidades com maior potencial eólico do Brasil. A região da Madre e Campos Verdes, ao sul da cidade, deve receber nos próximos anos, os primeiros empreendimentos de instalação de aerogeradores, que captam energia através dos ventos constantes da região.
Em agosto, a Fatma autorizou o licenciamento ambiental dos primeiros parques eólicos. Na última semana, mais uma empresa apresentou, através de audiência pública, o relatório de impacto ao meio ambiente. O evento faz parte do processo de autorização da licença ambiental.
O Complexo Eólico Lagunar será instalado em uma área de aproximadamente 3.710 hectares. É composto por 3 subcomplexos eólicos e seis parques eólicos. O total do investimento ultrapassam um bilhão de reais.
O aproveitamento pioneiro do complexo eólico visa geração de 568,2 MW. O Complexo Eólico Lagunar possuirá 234 unidades aerogeradoras de capacidade individual nominal de 2,3 MW e 15 (quinze) unidades aerogeradores de capacidade individual de 2,0 MW.
A intensidade do vento aumenta significativamente entre setembro e dezembro, principalmente, quando sopra de nordeste, podendo ocasionar rajadas de até 50 km/h. Ventos mais fortes ocorrem quando existe ciclone extratropical sobre o oceano, no litoral sul do Brasil. Apesar destes eventos mais isolados, a velocidade média dos ventos situa-se em torno de 12 km/h na região litorânea.
No município de Laguna, especificamente para área de estudo, tem-se a direção predominantemente do quadrante sudeste. Os ventos com maiores intensidades são observados no mês de junho, com máxima de 55 km/h. Já os meses de dezembro a fevereiro possuem os ventos menos intensos.
Camarão, gado e agora vento
Nem em sonhos, o pecuarista Gregório Flor, 80 anos, previu que o vento forte que passa por suas terras, e na infância promovia tardes de diversão com pipas e canoas, iria gerar fonte de renda para a família, através de royalties. A área de 700 hectares da família Flor deverá abrigar os cataventos do empreendimento Complexo Eólico Lagunar, na região da Madre. Ele arrendou as terras e irá ganhar 1% do lucro que o vento produzir em cada torre em sua propriedade. A criação de gado, tradição na família, não será interrompida. Já combinou com vizinhos e amigos ao rodar a primeira hélice em suas terras vai fazer um churrasco para comemorar.
A exemplo do seu Flor, outros 42 proprietários também arrendaram suas propriedades por 25 a 35 anos.
Dentre eles, também estão antigos criadores de camarão. Atingidos pela doença da mancha branca, interromperam as atividades e agora, encontraram uma nova alternativa de lucro, através de royalties.
Na atualidade, royalty é o termo utilizado para designar a importância paga ao detentor ou proprietário de recurso natural.
Impostos
O prefeito Everaldo dos Santos acompanhou a audiência pública e está empolgado com o dinamismo do empreendimento. “A região irá receber um impulsionamento econômico”, salientou.
A vice-prefeita Ivete Scoppel lembrou do momento que o município vive com a ponte Anita Garibaldi, obras do saneamento e nos tempos atuais os empreendimentos eólicos. “Município está passando por uma grande mudança”, disse.
As torres de energia produzirão impostos para os cofres públicos. A empresa adiantou que deverá alargar as ruas da região, canalização da água e monitoramento da qualidade da água.
De acordo com Rodrigo Nereu, da RDS Soluções Ambientais, após o licenciamento, o Complexo Eólico poderá participar do leilão de compra de energia eólica do Governo Federal, vencendo as torres começam a serem erguidas no final do ano de 2014.
Conheça o relatório do impacto ambiental do emprendimento Complexo Eólico Lagunar no link abaixo:
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